A área desmatada de outubro, de 836,23 km², apareceu pela primeira vez no sistema do Inpe no dia 6. Nessa data, entretanto, a atualização considerava os alertas até 30 de outubro (a sexta-feira anterior), sem o último dia do mês.
Na atualização desta sexta (13), que considera os dados até 6 de novembro, não constam novos alertas de desmatamento para 31 de outubro, o dia que faltava no monitoramento do mês passado. O total de área sob alerta continuou, portanto, em 836,23 km².
Segundo o Inpe, a medição do desmatamento do dia 31 pode ter sido impedida por nuvens. Nesse caso, eventuais alertas dessa data seriam incluídos nos dias seguintes. Nos primeiros 6 dias de novembro – os dados mais recentes –, há 60,91 km² de área da Amazônia Legal sob alerta de desmatamento.
O sistema do Deter aponta áreas com marcas de devastação que precisam ser fiscalizadas pelo Ibama – e não são as taxas oficiais de desmatamento, que costumam ser maiores do que as registradas pelo Deter (veja detalhes mais abaixo nesta reportagem).
A Amazônia Legal corresponde a 59% do território brasileiro, e engloba a área de 8 estados (Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins) e parte do Maranhão.
A maior parte da área desmatada da floresta em outubro foi no Pará (que desmatou 398 km², cerca de 48% do total calculado para o mês). O estado também teve os maiores números de desmatamento em setembro e agosto.
Os municípios que mais desmataram em outubro foram:
- Porto Velho (RO): 52,74 km²
- Lábrea (AM): 36,67 km²
- Pacajá (PA): 36,55 km²
- São Félix do Xingu (PA): 28,09 km²
- Portel (PA): 27,76 km²
- Placas (PA): 23,97 km²
- Senador José Porfírio (PA): 23,26 km²
- Altamira (PA): 22,93 km²
- Anapu (PA): 21,31 km²
- Uruará (PA): 18,51 km²
Em julho, a Amazônia Legal teve uma área de 1.658,97 km² sob alerta de desmatamento; em agosto foram 1.358,78 km²; e, em setembro, a área foi de 964,45 km².
Os alertas do Deter não representam, entretanto, a taxa oficial de desmatamento. Ela é medida por outro sistema do Inpe, o Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes).
A taxa oficial é divulgada uma vez por ano e também considera os números de agosto de um ano a julho do ano seguinte. Os dados de 2019-2020 ainda não foram divulgados, mas, no ano passado, a taxa oficial foi 42% maior do que apontavam os satélites do Deter.
Os números do Prodes costumam ser, historicamente, maiores do que os do Deter.
O desmatamento e as queimadas estão relacionados. O fogo é parte da estratégia de “limpeza” do solo que foi desmatado para posteriormente ser usado na pecuária ou no plantio. É o chamado “ciclo de desmatamento da Amazônia”.
O número de focos de incêndio na Amazônia também vem alcançando altas históricas: as queimadas na floresta este ano já ultrapassam as vistas em todo o ano passado. Em outubro, o bioma registrou o maior acumulado de fogo na floresta desde 2010: 93.356.