18 de março de 2024

Intenção de consumo das famílias cresce pelo segundo mês consecutivo

Indicador mostra que a reabertura econômica está fazendo voltar a confiança para consumir

Após forte queda devido à pandemia da Covid-19, a Intenção de Consumo das Famílias (ICF), medida pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), vem crescendo gradualmente. Em outubro, houve aumento de 0,9% no índice em relação a setembro, registrando a segunda alta consecutiva. Apesar disso, o indicador obteve o pior desempenho para o mês de outubro desde o início da série histórica, 68,7 pontos. No comparativo anual, a retração é de 26,4%.

Variando de 0 a 200, o indicador considera como satisfatório quando o ICF está acima de 100, o que não acontece desde abril de 2015. O valor do ICF registrado em outubro de 2020 representou uma queda de 24,6 pontos em relação ao mesmo período do ano passado. “Quando comparamos com o período pré-pandemia, não temos um cenário de destaque. Mas a recuperação em relação aos meses anteriores é positiva. Observamos que já há um movimento de destrave do consumo”, explicou o economista da Fecomércio-PE, Rafael Ramos.

A perspectiva profissional foi o subíndice que obteve maior destaque nessa pesquisa, registrando aumento de 4,4% em relação a setembro e chegando a 78,7 pontos.  Esse crescimento pode estar ligado à expectativa por empregos temporários no final de ano e o aquecimento do mercado de trabalho.

Outro subíndice de destaque foi a intenção de comprar um bem durável, como geladeira e fogão, que teve crescimento de 2,2%, mas permanece como o pior item da pesquisa (43,3 pontos). Para Rafael Ramos, o aumento no item mostra que as pessoas estão mais otimistas. “O indicador Momento para Duráveis mostra a confiança das pessoas, que se sentem segura de comprar um bem mais caro. Como geralmente esses produtos são parcelados, quando não se tem confiança no futuro, não se compra”, analisou o economista.

O acesso ao crédito e o nível de consumo atual também registraram leve aumento em outubro, 0,3% e 1,2%, respectivamente. A renda atual, porém, acumulou a sétima queda seguida (-0,9%) e caiu a 76,3 pontos, demonstrando que os consumidores estão enfrentando um momento de contenção de renda.

A expectativa para o final de ano, porém, é positiva. “Eu acredito que vai haver uma alta do ICF nos próximos meses. Nos anos anteriores, a gente teve elevações significativas em novembro porque muita gente está antecipando as compras de natal para o Black Friday. Outro fator positivo é o pagamento da primeira parcela do 13º no final do mês”, projetou Rafael Ramos.