Vacina contra Covid-19: DF vai reduzir intervalo para segunda dose da AstraZeneca e Pfizer
A Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) vai reduzir para 60 dias o intervalo entre a aplicação das doses das vacinas contra Covid-19 da AstraZeneca e da Pfizer. O prazo anterior para finalizar a imunização era de 90 dias, mas foi encurtado para ampliar segurança contra a variante delta do coronavírus, segundo o governo.
Um estudo divulgado pela revista científica Nature, na semana passada, aponta que uma única dose das vacinas da Pfizer ou da AstraZeneca era pouco ou nada eficiente contra as variantes delta e beta, mas que duas doses são capazes de neutralizá-las.
O Acre também reduziu o intervalo entre as doses pelo mesmo motivo, e outros estados já não utilizam o cronograma recomendado pelo Ministério da Saúde (veja mais abaixo). Já São Paulo decidiu não antecipar o intervalo, por entender que o prazo mais longo aumenta a eficácia da imunização.
Prazo no DF
A redução do prazo no DF foi confirmada à TV Globo. Ao G1, a pasta informou que “o comitê de vacinação vai se reunir para discutir os detalhes para redução do intervalo entre as doses”. O encontro deve ocorrer nesta segunda-feira (12).
O prazo recomendado pelo Ministério da Saúde para aplicação das vacinas da Pfizer e da AstraZeneca é de 12 semanas (três meses).
No caso da Pfizer, a bula prevê intervalo de apenas 21 dias, mas a pasta escolheu ampliar o intervalo para aumentar a quantidade de pessoas imunizadas com a primeira dose. A AstraZeneca, por exemplo, oferece proteção parcial de 76%, 21 dias após a primeira aplicação.
Além do DF, as unidades da federação que já encurtaram o prazo são:
- Pernambuco;
- Acre;
- Santa Catarina;
- Tocantins;
- Espírito Santo;
- Mato Grosso do Sul;
- Piauí.
Argumentos contrários
São Paulo, por outro lado, informou que não vai antecipar a segunda dose das vacinas. Segundo o governo do estado, pesquisas indicam que a vacina da AstraZeneca tem eficácia maior quanto mais longo o prazo entre as duas doses.
“A estratégia que foi desenhada foi a de não antecipar a vacina da AstraZeneca, porque os estudos demonstram que quanto mais tempo você tem, melhor a imunidade. Nesse momento, a nossa estratégia é vacinar com a primeira dose o maior quantitativo de pessoas”, disse Regiane de Paula, coordenadora do Plano estadual de Imunização, no domingo (11).
Apesar da decisão dos estados, o Ministério da Saúde também manteve a orientação de aplicar a segunda dose após 12 semanas.
A pasta disse que “acompanha a evolução das diferentes variantes do Sars CoV-2 no território nacional e está atento à possibilidade de alterações no intervalo recomendado”. Segundo o MS, “o tema foi, inclusive, discutido amplamente na Câmara Técnica Assessora em Imunizações, em reunião realizada no dia 2 de julho deste ano, sendo que o parecer (…) foi a de manutenção deste intervalo”.
Já a AstraZeneca informou, em nota, que “os estudos realizados até o momento demonstram que a vacina é eficaz na prevenção da Covid-19 sintomática quando aplicada neste intervalo de tempo”, de 4 a 12 semanas. A farmacêutica disse, ainda, que a vacinação com a segunda dose após 60 dias “foi avaliada em estudos clínicos – e, por isso, está aprovada”.